Da Série Quebrando a Rotina: Dias Iguais

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Dias Iguais

Nesses tempos obtusos, intensos de brumas,
Os dias amanhecem em tons sempre iguais.
Ninguém vem, e nem se vai à parte alguma,
Só, olhares perpassam por ruas e quintais.

Agora, a sua casa é somente a sua vida,
Porque a sua vida, agora, é apenas a sua casa.
Por não haver chegada, não há despedida...
Só esse azul casual, sob um céu de sol em brasa.

Há apenas sonhos incertos, inacabados,
Que saem sem destino certo, em desafios,
Por entre portas e corredores ensombrados,
E janelas que dão para espaços vazios.

Quiçá, tudo não passe de um esquecível outono,
Em que a paciência há de esperar a primavera,
E toda a gente deixará seus dias de abandono,
Que se estendem nestes tempos de quimera!

No entanto, não se apaga o pranto, assim de pronto,
Posto que alegria não vem por pronta entrega.
Mesmo quando se sabe onde a vida se apega,
A arte de bem viver não é, assim, um simples conto!


                                                    Délcio Teixeira

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